MINHAS TRÊS FLORES


Dedicado à Gabriella, Rodrigo e Juliana

Diga-me
Senhor meu
se é só tolice
ou se é mesmo
maldita crendice
esta estranha velhice
que se me acometeu
Me diga nesse Teu
tom rasgado
num português
por demais descarado
sem muito cuidado
de me atropelar
pois estou preparado
todo resguardado
para Te escutar
Oh! Deus
Sabe onde
deixei a juventude
por não Te escutar
Se foi lá por
Belo Horizonte
ou pelos estreitos
de Gibraltar
Quem sabe
no cachoeirão
de Itaocara
ou nas dunas
do Potiguar
Só sei
que esta vida
agora se encurta
e não procuro desculpa
pra me desculpar
mas sei que esta vida
vai se indo embora
e está chegando
a minha hora
de Contigo
me encontrar
Mas antes
que chegue o momento
escute o pedido
que rimo em lamento
de que valeu todo
todo meu sofrimento
vendo rios correndo
e mares a jogar
Vivendo ventos
gelados de outono
e sempre no abandono
não me importando
com as primaveras sem par
Será
que esse pobre coitado
merece tal premio
em pau de senzala
se esvair numa vala
já que a vida
está por se apagar
Vivendo invernos
em meio aos infernos
se, nem mesmo
as três plantas
que plantou
viu-as crescer
florescer e brotar
para depois
desabrocharem-se
em flores
Pudesse um dia
ver quais suas cores
e as cores das flores
que viessem a se criar
e em que jardins
desta vida
resolveram se formar
para depois procriar
Dê-me Sua mão
antes de minha partida
deixando-me ver
minhas germinadas sementes
somente para eu olhar
aí sim,
já me sentiria contente
e poderias, a mim levar

GilbertoMaha®©

Um comentário:

Anônimo disse...

Excelente poema, Gilberto!!
PArabéns!!!!
Sentimentos bem externados!!